Olá pessoal !
Ontem, 20SET2013,
professores da rede estadual e municipal do Rio de Janeiro realizaram um ato
conjunto, passeata, na principal via da capital, a Avenida Rio Branco. A
avenida é ponto de referência do centro da cidade, já que ou ela abriga ou no
seu entorno imediato estão abrigados algumas das principais instituições
culturais, políticas e econômicas da cidade. Além disso, a Rio Branco é ao
mesmo tempo ponto convergência e via de acesso no centro da cidade, graças a
sua localização geográfica.
O encontro ocorreu na citada
avenida, altura do número 100, quando a passeata da rede municipal alcançou a
da rede estadual e a partir daí ambas seguiram juntas pelo centro.
A passeata foi aberta com
bonecos algumas dezenas de cruzes que simbolizavam as escolas fechadas durante
a atual gestão estadual (o número de
fechamentos já atingiu a casa da centena nesses 7[sete] anos de governo).
Muitos docentes usavam máscaras (inclusive com o rosto do governador e do
secretário estadual de educação), fantasias e outros adereços a fim de contribuir para uma imediata
identificação dos motivos do protesto.
Ainda, próximo a Rua da
Ajuda (antiga sede da SEEDUC/RJ) foi incinerado um boneco representando o
secretário estadual de educação [posteriormente em frente à ALERJ foi
incinerado outro, este representava o governador do Estado] que até o momento
permanece convicto em não negociar com os grevistas.
Os professores seguiram
juntos até a ALERJ, onde findaram a passeata ocupando o trecho da rua 1º de
Março em frente às escadarias do Palácio Tiradentes. E, conforme o previsto, foi instalada a assembleia da rede estadual para a divulgação dos
últimos informes; para as avaliações; votação sobre os rumos do movimento e data
de nova assembleia. No entanto, devido à notícia de que a ocupação da sede da prefeitura do Rio de Janeiro (Centro Administrativo São Sebastião [CASS], popularmente
conhecido como “piranhão”) estava sob grande tensão; pois os seguranças do
local efetuaram o isolamento dos professores municipais que lá estavam (luzes
foram apagadas, banheiros foram fechados e o sistema de ar refrigerado cortado)
negando-lhes o direito de ir e vir, a assembleia optou por abreviar os trabalhos votando os
rumos da greve.
Novamente, sem uma sequer
oposição, a decisão foi pela continuidade da greve. Também foi decidido que a
próxima assembleia será na quinta-feira próxima, dia 26SET2013, às 14h em local
a ser divulgado (possivelmente no centro da cidade e em ambiente fechado).
Finalizada a assembleia, um
grupo de professores da rede estadual – juntamente com outros da rede municipal
- seguiu rumo à prefeitura com objetivo de prestar apoio à ocupação promovida
pelos docentes da rede municipal.
Buscando a razão quando o
coração fala alto.
Ontem, algumas mensagens
foram enviadas tanto de um lado quanto de outro. Uma delas foi do professorado
carioca para o Brasil; pois a ideia de unificação pode surtir efeito em outros
entes da federação já que o problema da precarização do fazer docente não é
exclusivo do RJ (é inquestionável o poder repercussão nacional das coisas que
ocorrem por aqui, sejam elas para o bem ou não). Portanto, podemos ter
assistido a uma ação com potencial de desdobramento nacional.
Outra, que os gestores da
coisa pública devem levar mais a serio os servidores públicos, principalmente
os docentes. Também, que os docentes devem permanecer vigilantes para que os
compromissos assumidos sejam, efetivamente, cumpridos.
Ainda, que a intransigência da
SEEDUC continuará tendo como resposta a continuidade da greve. Que tanto os inquilinos
do palácio Pedro Ernesto quanto os do palácio Tiradentes não estão imunes aos
desdobramentos da greve unificada, e que o diálogo – e não a truculência – é a
via ideal na interlocução entre governo e grevistas.
A ofensiva do governo
municipal, ao descumprir um compromisso e tentar emplacar uma votação em regime
de urgência considerada nociva pelos docentes, resultou na retomada da greve.
No lado estadual, a aposta do governo no “cansaço” e consequente desmobilização
têm exaurido as, já baixas, reservas políticas da atual gestão junto à opinião
pública e demais setores do funcionalismo, que começam a sinalizar com inquietações.
É inegável que a unificação
da luta dos docentes das redes estadual e municipal produziria muito mais
pressão sobre ambos os governos; pois a unificação subentenderia o atrelamento
das pautas de reivindicações e, consequentemente, o condicionamento das
soluções delas (reivindicações) para o término da greve em ambas as redes. Ou
seja, a greve só teria fim quando as demandas fossem plenamente atendidas ou, o
que geralmente ocorre, quando a contraproposta atendesse ao mínimo da
razoabilidade.
No entanto, sabemos bem que
são universos diferentes apesar do objetivo comum.
Até a assembleia de ontem
não havia um único ponto de avanço nas negociações entre grevistas e SEEDUC. Ou
seja, a atual gestão da rede estadual está apostando alto e pagando para ver.
Fica a pergunta, quem é o
UTG nessa mesa ?
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