sábado, 21 de setembro de 2013

Pôquer, Xadrez ou Birra ?

Olá pessoal !

Ontem, 20SET2013, professores da rede estadual e municipal do Rio de Janeiro realizaram um ato conjunto, passeata, na principal via da capital, a Avenida Rio Branco. A avenida é ponto de referência do centro da cidade, já que ou ela abriga ou no seu entorno imediato estão abrigados algumas das principais instituições culturais, políticas e econômicas da cidade. Além disso, a Rio Branco é ao mesmo tempo ponto convergência e via de acesso no centro da cidade, graças a sua localização geográfica.

O encontro ocorreu na citada avenida, altura do número 100, quando a passeata da rede municipal alcançou a da rede estadual e a partir daí ambas seguiram juntas pelo centro.
A passeata foi aberta com bonecos algumas dezenas de cruzes que simbolizavam as escolas fechadas durante a atual gestão estadual  (o número de fechamentos já atingiu a casa da centena nesses 7[sete] anos de governo). Muitos docentes usavam máscaras (inclusive com o rosto do governador e do secretário estadual de educação), fantasias  e outros adereços  a fim de contribuir para uma imediata identificação dos motivos do protesto.

Ainda, próximo a Rua da Ajuda (antiga sede da SEEDUC/RJ) foi incinerado um boneco representando o secretário estadual de educação [posteriormente em frente à ALERJ foi incinerado outro, este representava o governador do Estado] que até o momento permanece convicto em não negociar com os grevistas.

Os professores seguiram juntos até a ALERJ, onde findaram a passeata ocupando o trecho da rua 1º de Março em frente às escadarias do Palácio Tiradentes. E, conforme o previsto, foi instalada a assembleia da rede estadual para a divulgação dos últimos informes; para as avaliações; votação sobre os rumos do movimento e data de nova assembleia. No entanto, devido à notícia de que a ocupação da sede da prefeitura do Rio de Janeiro (Centro Administrativo São Sebastião [CASS], popularmente conhecido como “piranhão”) estava sob grande tensão; pois os seguranças do local efetuaram o isolamento dos professores municipais que lá estavam (luzes foram apagadas, banheiros foram fechados e o sistema de ar refrigerado cortado) negando-lhes o direito de ir e vir, a assembleia  optou por abreviar os trabalhos votando os rumos da greve.

Novamente, sem uma sequer oposição, a decisão foi pela continuidade da greve. Também foi decidido que a próxima assembleia será na quinta-feira próxima, dia 26SET2013, às 14h em local a ser divulgado (possivelmente no centro da cidade e em ambiente fechado).

Finalizada a assembleia, um grupo de professores da rede estadual – juntamente com outros da rede municipal - seguiu rumo à prefeitura com objetivo de prestar apoio à ocupação promovida pelos docentes da rede municipal.

Buscando a razão quando o coração fala alto.

Ontem, algumas mensagens foram enviadas tanto de um lado quanto de outro. Uma delas foi do professorado carioca para o Brasil; pois a ideia de unificação pode surtir efeito em outros entes da federação já que o problema da precarização do fazer docente não é exclusivo do RJ (é inquestionável o poder repercussão nacional das coisas que ocorrem por aqui, sejam elas para o bem ou não). Portanto, podemos ter assistido a uma ação com potencial de desdobramento nacional.

Outra, que os gestores da coisa pública devem levar mais a serio os servidores públicos, principalmente os docentes. Também, que os docentes devem permanecer vigilantes para que os compromissos assumidos sejam, efetivamente, cumpridos.

Ainda, que a intransigência da SEEDUC continuará tendo como resposta a continuidade da greve. Que tanto os inquilinos do palácio Pedro Ernesto quanto os do palácio Tiradentes não estão imunes aos desdobramentos da greve unificada, e que o diálogo – e não a truculência – é a via ideal na interlocução entre governo e grevistas.

A ofensiva do governo municipal, ao descumprir um compromisso e tentar emplacar uma votação em regime de urgência considerada nociva pelos docentes, resultou na retomada da greve. No lado estadual, a aposta do governo no “cansaço” e consequente desmobilização têm exaurido as, já baixas, reservas políticas da atual gestão junto à opinião pública e demais setores do funcionalismo, que começam a sinalizar com inquietações.

É inegável que a unificação da luta dos docentes das redes estadual e municipal produziria muito mais pressão sobre ambos os governos; pois a unificação subentenderia o atrelamento das pautas de reivindicações e, consequentemente, o condicionamento das soluções delas (reivindicações) para o término da greve em ambas as redes. Ou seja, a greve só teria fim quando as demandas fossem plenamente atendidas ou, o que geralmente ocorre, quando a contraproposta atendesse ao mínimo da razoabilidade.

No entanto, sabemos bem que são universos diferentes apesar do objetivo comum.
Até a assembleia de ontem não havia um único ponto de avanço nas negociações entre grevistas e SEEDUC. Ou seja, a atual gestão da rede estadual está apostando alto e pagando para ver.


Fica a pergunta, quem é o UTG nessa mesa ? 

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