Olá
pessoal !
A
greve continua, foi o que decidiram os professores da rede estadual em
assembleia ontem [16/SET/2013] diante da ALERJ, com tendência crescente à “radicalização”
nas ações de protesto*.
O
momento sugere que a pressão sobre a base governista na ALERJ, e
consequentemente sobre o governo estadual, aumente e produza a intervenção de
uma terceira força nessa “queda de braços” que se dá entre grevistas e a
SEEDUC/RJ. Aliás, já são ouvidas vozes no plenário da ALERJ nesse sentido.
É
claro que a base do governo não é cega ou surda (até porque comparecemos em
massa e fizemos muito barulho ontem, inclusive com ocupação do trecho de rua em
frente ao palácio Tiradentes) e percebe bem que a intransigência do governo
produz desgastes políticos desnecessários. Desgastes que os membros da ALERJ
não são afeitos a importar por conta dos riscos implícitos e explícitos deles.
Nessa
linha, é só lembrarmos da tendência a autofagia que os deputados manifestam tão
logo a pressão externa se estabeleça (vide o ocorrido na greve de 2011 e na
recente votação da Lei 2200, quando as escadarias de acesso e galerias internas
da ALERJ foram ocupadas pelos professores). Ou seja, não cremos que [visto o
histórico da casa] os deputados saiam em defesa de um governo em final de
mandato (com baixíssimos índices de aprovação popular e com isso reduzidas
chances de eleger seu vice) e tão pouco desejem a manutenção das coisas como
estão entre SEEDUC e grevistas, visto o risco de importação de um desgaste que poderá
cobrar um alto preço a alguns deles.
Diante
dessa perspectiva fica claro que o aumento da pressão sobre a ALERJ é coerente
com o viés da “radicalização” (ou ações mais incisivas). No entanto, o
professorado não deve esquecer-se da recente lição, ocorrida no dia seguinte ao da
votação que aprovou a Lei 2200, quando a mobilização da classe arrefeceu
fazendo com que o governo emplacasse 8% de reajuste, quando existiam propostas
de índices muito mais significativos aos professores.
Portanto, se desejamos que os inquilinos da casa do povo se comportem de acordo com os
interesses do povo, devemos lembrá-los que a casa tem dono e que educação
pública de qualidade é direito do dono da casa.
Finalizando, reafirmamos a percepção de que idas ao palácio Laranjeiras são inócuas - pelo menos na atual conjuntura - visto a indiferença com que trata as legítimas reivindicações do professorado. Some-se a isso as constantes obstruções para as negociações feitas pelo poder executivo através da SEEDUC/RJ.
* O termo radicalização, aqui no texto, não engloba quaisquer ações de violência ou ameaça a particulares, autoridades, instituições e/ou próprios públicos.
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