sexta-feira, 6 de setembro de 2013

EM XEQUE ??

Na última quarta-feira, 04/SET/2013, foi realizada mais uma assembleia dos professores da rede estadual do Rio de Janeiro que teve como principal resultado a decisão pela manutenção da greve iniciada em 08/AGO/2013.

A chuva (esteve presente quase que o tempo todo durante a vigília no antigo prédio da SEEDUC/RJ, localizado na Rua Da Ajuda no centro comercial e financeiro da cidade do Rio de Janeiro) foi testemunha da imensa disposição e vontade dos professores em serem ouvidos e vistos pelos representantes da secretaria de educação. No entanto, parece que a ação não surtiu o efeito esperado, já que não ocorreram avanços significativos nas negociações entre a comissão do SEPE (representando os interesses dos docentes da rede [grevistas e não grevistas])  e os representantes da SEEDUC.

 O relato final feito pelos membros da comissão do SEPE não trouxe nenhum dado concreto que significasse um avanço na pauta tratada com os representantes da secretaria, e possivelmente por isso foi tentado – ainda naquela data – agendar um contato com o vice-governador do estado autoridade que havia se mostrado “sensível” às reivindicações dos professores da rede.

No entanto, até o início da 2ª hora noturna, nada de concreto havia sido conquistado.

ARTIMANHAS DA SEEDUC

Ora pessoal, a pauta estabelecida pelo SEPE para as conversações com a secretaria é obstruída constantemente pelo “mantra” que afirma não ser possível romper com a meritocracia; não ser possível rever a redução dos tempos de sociologia e filosofia; alocar uma matrícula por escola e que os 8% de aumento já estão mais que suficientes para classe; pois os demais benefícios concedidos ao professor (vale isso; vale aquilo e vale aquilo outro...) somados  equivalem a mais de 25% de aumento.

No entender do blog, o SEPE deveria ter elencado outros itens como, por exemplo, a redução do número máximo de alunos por sala [independentemente daquilo que foi estabelecido pela recente lei federal que limitou em 35 alunos por sala]; pois a redução de alunos por turma geraria inevitavelmente um aumento no número de turmas ficando muito mais fácil equacionar vários problemas relacionados às questões professorX número de turmas.


Sabemos que existem em diversas unidades da rede com turmas formadas  por mais de 40 alunos frequentando as aulas e mais grave, existem unidades com turmas formadas por mais de 50 alunos frequentes! Tal situação é no mínimo um disparate dentro de uma rede onde os atuais gestores se dizem defensores da educação e dos profissionais dela. Mas pasmem ! Segundo o plano estadual de educação do governo estadual (Lei 5597/09 ou PEE/RJ) o limite de alunos por turma deve ser de 40 alunos no EF II e 45 alunos no EM !

Daí surge a inevitável pergunta : “Tais seres estão realmente preocupados em proporcionar condições mínimas a alunos e professores ?”


Outro item seriam as otimizações de turmas [apesar do recente “compromisso” divulgado pela SEEDUC de que somente ocorreriam novas otimizações em 2014, e somente em um único momento após as avaliações do 1º bimestre] que causam imenso transtorno aos professores. Aliás, já tratamos do assunto aqui antes.

Também outro item seria o do retorno do compromisso inicial do pagamento do bônus cultura (ou auxílio qualificação) em duas vezes (uma no primeiro semestre e outra no segundo) conforme foi divulgado amplamente pela secretaria às vésperas do início do pagamento; pois sabemos muito bem que a SEEDUC tem o mau hábito de mudar as regras do jogo no meio do jogo. 

Exemplo desse hábito desprezível está presente, também, no episódio sobre as bonificações por rendimento das unidades, que inicialmente (por conta das diferenças entre as unidades da rede) contemplaria todas as unidades; mas que depois contemplou algumas [por conta da meta de 90%] e que depois passou a contemplar um maior número [por conta da meta que passou a ser de 70%]. Ou seja, um claro exemplo de mudança das regras enquanto “a bola rolava”.

Ou o que ainda pior, a ideia de que quem comanda ou não está bem assessorado ou não sabe comandar.

Eu cito um exemplo. Lembram que logo no início dos critérios para a bonificação havia um quesito, muito polêmico, que fazia referência ao número de alunas grávidas nas unidades ?

Pois bem, na época o secretario estadual de educação deu entrevista no programa da professora Lúcia Hipólito, na rádio CBN, em 13/JUN/2011 desdizendo o que estava estabelecido  no documento criado pela própria SEEDUC.

Daí em diante o quesito “gravidez de aluna” foi desconsiderado; mas SEMPRE aparece nas reuniões de avaliação de metas realizadas pelas IGT’s  nas unidades da rede. Ou seja, as regras não somente mudam no meio do jogo, elas também tem validade oficial e oficiosa. 

Mas enfim, acreditamos que a criação de uma pauta mais enxuta e “teoricamente” menos ligada diretamente ao salário TALVEZ se traduzisse em avanços nas negociações entre professores e a secretaria. Porque do jeito que as coisas começam a caminhar (ou seria começam a não caminhar?) corremos o risco da greve perder força por conta do travamento das negociações [graças ao mantra da SEEDUC] e das medidas judiciais impetradas pela secretaria contra o movimento. Ou ainda, graças às artimanhas da SEEDUC.

Ainda, vislumbrando um cenário mais apocalíptico, findar a greve sem que não se tenha conseguido nada de concreto se configuraria em vitória para a SEEDUC e em derrota para os grevistas; pois teriam de retornar as suas unidades e lidar com todas as questões que já dividem o magistério agravadas pelo resultado nada positivo da greve.  

Outra coisa, o blog enxerga claramente uma ação direta da SEEDUC juntamente com a SME/Rio que visam  minar o SEPE, ao buscarem frequentemente  medidas judiciais que imponham pesadas multas ao sindicato; bem como buscam questionar a legitimidade do sindicato como representante dos profissionais da área da educação junto à opinião pública e aos próprios docentes de ambas as redes (principalmente daqueles que não aderem ao movimento grevista).

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