terça-feira, 13 de agosto de 2013

FUSÕES; DEMISSÕES; ENSINO e POLÍTICA PÚBLICA

Olá pessoal !

Assim como a questão do avanço dos sistemas privados de educação básica sobre as prefeituras Brasil a fora é pouco discutida, outra questão importante e também muito negligenciada nas conversas e encontros entre os docentes (e todos aqueles que defendem os interesses de uma educação pública de qualidade seja ela básica ou superior) diz respeito ao crescimento de grandes grupos de ensino superior privado no país.

Trago o tema (que não é inédito), assim como trouxe o anterior, visto que o governo federal vem ampliando continuamente o orçamento do MEC a fim de que o país possa ter condições de cumprir as metas estabelecidas para o ensino básico (democratização e qualidade no ensino proporcionado) e o ensino superior.

No entanto, sabemos que as instituições públicas de ensino superior - mesmo com o REUNI - não conseguirão ofertar sozinhas o número de vagas necessárias. Com isso, abre-se a iniciativa privada a possibilidade de atuar nesse cenário, o que é perfeitamente legal desde que implantem e sigam os padrões de qualidade estabelecidos pelo MEC nos cursos que são oferecidos. Nesses casos, temos sim uma relação oferta de vagas-qualidade nos cursos ideal.

Porém, gostaria de partilhar com vocês as preocupantes notícias vindas da região do ABC paulista, onde associações e entidades representativas de professores que atuam no ensino superior privado tem relatado, há algum tempo, o aumento das demissões por conta do número cada vez maior de disciplinas na modalidade EaD nos cursos de graduação. Ainda, aqueles professores que permanecem empregados tem sofrido com a redução de no números de horas-aula; com o aumento no número de alunos por sala e a crescente precarização do fazer docente.

Ainda, quando ocorrem demissões os professores acabam por não conseguir relocação no mercado de trabalho (principalmente de houver contestação no âmbito da justiça), já que as instituições de ensino superior da região estão sendo adquiridas por um mesmo grupo econômico.

Como exemplo dessas aquisisções podemos citar a compra da Uniban (Univ. Bandeirante de SP) pelo grupo Anhanguera Educacional, e mais recentemente a fusão entre o grupo Kroton Educacional (proprietário do grupo Pitágoras e outros) com o grupo Anhanguera Educacional que alcançou patamar global gerando uma empresa com capital na casa dos R$5.000.000.000,00 (5 bilhas !!) de reais e mais de 1 milhão de alunos!!! 

Agora, imagine nesse cenário a necessidade de oferecer vagas no ensino superior para os jovens brasileiros, e que - infelizmente - o governo federal não consegue cobrir e por isso cria programas tipo FIES e PROUNI.

Veja bem, nada contra esses programas que foram pensados na perspectiva de garantir o acesso ao ensino superior aos milhões de jovens brasileiros que, no pós-ENEM, não conseguem acessar vaga na universidade pública. Mas, para não parecer simples transferência de renda pública para instituições particulares, o MEC deve dispor das melhores condições possíveis para monitorar os cursos oferecidos pelo setor privado, principalmente para frear a tendência por disciplinas e cursos oferecidas na modalidade EaD.

Tal tendência, conforme apresentado nos parágrafos iniciais, tem acarretado problemas para dois atores (alunos e professores) e vantagens para um terceiro ator (instituições privadas de ensino superior); dando a entender que trata-se de uma alteração na filosofia da instituição que deixa de ter o foco no humano passando a tê-lo nos dividendos.

Sim, nos dividendos ! Pois os grandes grupos que estão em expansão - não somente em SP - possuem ações negociadas na bolsa de valores, logo precisam ser investimentos rentáveis para seus acionistas. 

Abaixo seguem link's com leituras curtas e rápidas.





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